Gestão da mudança: conheça suas 6 melhores metodologias e como aplicá-las

Em tempos de profundas mudanças geradas pela pandemia do novo coronavírus, falarmos sobre gestão da mudança acaba sendo polêmico. Jim Clemmer afirma que “mudanças podem ser ignoradas, combatidas, respondidas, capitalizadas e criadas, mas não podem ser gerenciadas.”

Clemmer reforça a dificuldade de se gerenciar uma situação de profunda mudança, como se pudéssemos submetê-la a um processo estruturado passo a passo. Em nossa vivência em projetos de consultoria de gestão na VBMC Consultores, sabemos que na prática realmente as mudanças são repletas de imprevistos, incertezas e não necessariamente seguem algo estruturado.

Porém, o próprio Clemmer afirma que: “tornarmo-nos vítimas ou vencedores de uma mudança, depende do quanto estamos preparados para ela…

Neste sentido, os artigos desta série, têm por objetivo apresentar conteúdos de forma a contribuir para que estejamos mais preparados a encarar as mudanças, que estão ocorrendo não só no mundo corporativo, mas em todos os setores da sociedade.

O que é novo e estimulante para uma pessoa, muitas vezes pode ser aterrorizante para outra. Portanto, pretende-se com estes artigos contribuir com o maior entendimento sobre os problemas que as pessoas têm nos diferentes estágios do processo de mudança e oferecer dicas que ajudarão os líderes a gerenciar pessoas nestes momentos de tensão que todos nós estamos submetidos.

Confira a seguir as 6 melhores metodologias de gestão da mudança.

 

1. Curva de Mudança de Kübler-Ross

A Curva de Mudança, da psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross (1926 – 2004), é uma metodologia de gestão da mudança que se originou de um estudo com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com o luto, perdas e traumas. Porém foi adaptado para outras situações de grandes mudanças e tornou-se muito conhecido e utilizado no mundo corporativo.

A consciência e o entendimento das etapas do processo de mudança, proporcionam aos líderes a atuação adequada junto a sua equipe, otimizando a velocidade do processo e consequentemente os resultados operacionais.

Sendo assim, Kübler-Ross descreve as etapas do ciclo de mudança como sendo:

  1. Negação;
  2. Raiva;
  3. Negociação;
  4. Depressão;
  5. Aceitação;
  6. Novo normal.

 

2. Ciclo PDC de Shewhart

Walter Shewhart, considerado o “pai do controle estatístico de qualidade”, desenvolveu o método PDCA em 1930, que foi popularizado mais tarde por Dr. W. Deming, cujo trabalho influenciou diretamente no movimento da qualidade da indústria japonesa no século XX.

Em um mercado cada vez mais competitivo, complexo e cheio de transformações, as empresas para sobreviverem precisam de metas desafiadoras e os resultados não são alcançados sem que se façam mudanças.

Para se atingir resultados audaciosos, normalmente as mudanças precisam ser audaciosas. Em resumo, o ciclo PDCA é uma sistemática que estabelece que qualquer mudança em um sistema ou processo deve passar necessariamente por quatro passos: Plan-Planejamento, Do-Execução, Check-Análise, Action-Ação.

 

3. Modelo Descongelar – Mudar – Recongelar de Lewin

O psicólogo alemão Kurt Lewin (1890 – 1947), classificado como um dos psicólogos mais citados do século XX, nos alerta que inicialmente é preciso identificarmos quais mudanças queremos fazer e porque elas são necessárias.

Lewin argumenta que seguindo o modelo desenvolvido em 3 etapas, você conseguirá motivar as pessoas a mudarem, poderá oferecer a oportunidade de elas contribuírem e finalmente poderá ser reestabelecido um novo modo de fazer na organização.

A metodologia de gestão da mudança de Lewin utiliza a analogia de mudar a forma de um bloco de gelo em cubo para um cone (modelo descongelar – mudar – recongelar). Lewin descreve que você precisa primeiro descongelar o bloco de gelo, construir o molde para o novo formato e somente depois recongelar o novo bloco em formato de cone.

 

4. Mestres da mudança de Moss Kanter

A americana Rosabeth Moss Kanter (1943) é professora de Gestão em Harvard, escritora, consultora de gestão, ex-editora da Harvard Business Review, entre outras atividades importantes na área.

No livro The Change Masters, Moss Kanter denomina de “Mestres da Mudança” o grupo de gestores ou líderes que estão na linha da frente da mudança.

Moss Kanter sugere que os “Mestres da Mudança” compartilhem das mesmas 7 habilidades:

  • Afinar-se com o ambiente;
  • Usar pensamento caleidoscópico;
  • Comunicar uma visão clara;
  • Criar coalizões;
  • Trabalhar em equipe;
  • Persistir e perseverar;
  • Transformar cada um em herói.

 

5. Os 8 passos de Kotter

John Paul Kotter se formou no MIT em Engenharia Elétrica, mas acabou seguindo sua carreira como consultor de gestão empresarial e professor emérito da Harvard Business School, se tornando um dos mais renomados especialistas em mudança e liderança da atualidade.

Em seu best-seller “Liderando a mudança”, Kotter descreve uma das mais consagradas teorias de gestão da mudança, que apresentou ao longo das últimas décadas resultados positivos comprovados, tornando-se uma forte referência para líderes e gestores em todo mundo.

Kotter propõe um processo de 8 etapas para a condução do processo de mudança. Os 8 passos de Kotter são:

  1. Criar um senso de urgência;
  2. Formar as coalizões necessárias;
  3. Desenvolver uma visão para a mudança;
  4. Comunicar a visão;
  5. Capacitar a ação;
  6. Gerar vitórias de curto prazo;
  7. Consolidar as vitórias;
  8. Implantar mudanças na cultura da organização.

 

6. Teoria do lado sombrio de Egan

Gerard Egan era Professor de Estudos Organizacionais e Psicologia da Universidade Loyola de Chicago.

Egan propõe que é preciso adotar abordagens específicas para lidar com os diferentes interessados existentes em um processo de gestão de mudança em uma organização: Aliados, companheiros de viagem, os que ficam em cima do muro, canhões desgovernados, oponentes, adversários, companheiros de cama, os que não têm voz e parceiros.

Trabalhar o “lado sombrio” significa um modo de lidar com os diferentes interessados de uma forma específica. Por exemplo: aliados e parceiros precisam ser mantidos do nosso lado, enquanto os oponentes e adversários talvez tenham de ser marginalizados. Os que ficam em cima do muro e os que não têm voz devem ser seduzidos.

 

Se você gostou de conhecer as as 6 melhores metodologias de gestão da mudança, aproveite para ler nossos outros artigos. A VBMC Consultores é uma empresa de consultoria empresarial que promove há mais de 35 anos resultados através do desenvolvimento e implantação de programas de gestão.

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Autor: Rodrigo de Paula | Sócio da VBMC Consultores

 

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