Tipos de varejo: conheça os principais e suas especificidades

 

Introdução

De alguma forma, todo varejista faz marketing. Alguns fazem de forma planejada e estruturada e outros fazem de forma esporádica e intuitiva.

Esta série de artigos vai trazer algumas questões relevantes sobre o marketing de varejo do ponto de vista do varejista, no que se refere a produtos, preços, comunicação, equipe, localização e atmosfera da loja. O objetivo é contribuir com empresários e profissionais do varejo que queiram sistematizar e aprimorar os seus processos de marketing.

No entanto, assim como as classificações do varejo, apresentadas no artigo anterior “O Varejo, suas funções básicas e classificações”, conhecermos os formatos existentes de varejo, favorece a compreensão de questões do marketing de varejo que posteriormente abordaremos. A exemplo disso, temos de compreender que uma loja de conveniência não tem a pretensão de competir diretamente com um supermercado, mesmo que o público seja muito parecido, uma vez que a ocasião de consumo é bem diferente.

 

Tipos de varejo com loja

Os tipos de varejos podem ser divididos de diversas maneiras e as mudanças no contexto mercadológico tem exigido cada vez mais novos formatos. Trazemos aqui alguns formatos de varejo conhecidos, dividindo-os em varejo de alimentos e varejo de mercadorias em geral.

No varejo de alimentos estão incluídos empreendimentos como bares, mercearias, feiras livres, padarias, açougues, hortifrútis, supermercados, lojas de conveniências, entre outras.

Seguem alguns tipos de varejo comuns com breves comentários:

  • Lojas de conveniência: especializadas em comercializarem alimentos e artigos de conveniência ou emergência, normalmente para consumo imediato em locais de acesso e visibilidade privilegiados, consequentemente com margens elevadas. Exemplos: Am/Pm – Ipiranga, Shell Select;

  • Hard Discount: são lojas com o foco em preço e desconto e no relacionamento com a vizinhança, normalmente não possui muita variedade de perecíveis. Exemplo: rede Dia;

  • Fresh Market é uma loja de supermercado especializada em produtos naturais, orgânicos, livres de agrotóxicos, conservantes ou substâncias artificiais. Propõe diferenciais na seleção e qualidade das frutas, verduras e legumes, eventualmente oferece carnes nobres com cortes especiais, sushi bar, entre outros. Ex.: Verde mais;

  • Supermercados compactos: voltado para o atendimento das necessidades do dia a dia (300 a 700 m2) do consumidor, normalmente contém pequenas áreas de hortifrútis, açougue, frios e laticínios e possuem de 2 a 6 check-outs. Maior parte de administração familiar, muitos são localizados em bairros mais afastados dos centros;

  • Supermercados convencionais e gourmet: lojas de porte médio (700 a 2.500 m2 – de 7 a 20 check-outs) que vendem predominantemente itens alimentares, mas já possuem próximo de 6% de itens não alimentares. É muito comum os supermercados convencionais variarem significativamente os produtos comercializados e o nível de serviços em função do seu público;

  • Superlojas: são supermercados de maior porte (3.000 a 5000 m2 – de 25 a 36 check-outs), porém ainda não são classificados como hipermercados por não comercializarem itens linha branca e marrom, apesar de já venderem eletro portáteis e artigos têxteis de cama, mesa e banho.

No varejo tradicional de mercadorias em geral estão incluídos: lojas especializadas, lojas de departamentos, clubes de atacado entre outras.

Seguem alguns tipos de varejo comuns com breves comentários:

  • Lojas de departamentos: são que operam com ampla variedade, profundo sortimento e bom nível de serviço. As lojas de departamentos de linha completa no Brasil quase desapareceram, talvez apenas a Havan se enquadre nesse formato. Hoje são mais comuns as lojas de departamento de linhas limitadas a exemplo de Renner, Riachuelo e Pernambucanas;

  • Lojas tradicionais de descontos ou de variedades: são lojas que oferecem ampla variedade de produtos, serviços limitados (autosserviço) e preços baixos. Normalmente não há grande oferta de alimentos. No Brasil a rede que mais se enquadra nesse formato é a Lojas Americanas;

  • Lojas especializadas: em geral são lojas de pequeno e médio portes, localizados tanto em ruas, galerias, como em shopping centers. Dedicadas às vendas de linhas de produtos específicos como máquinas, ferramentas, acessórios para celulares, roupas femininas, calçados, óticas, chocolates, entre muitas outras. Oferecem normalmente grande sortimento, são comuns o formato de franquia e normalmente se caracterizam pelo atendimento personalizado por meio de vendedores ou balconistas;

  • Clubes de atacado: os clubes de atacadistas comercializam tanto para pequenos comerciantes como para consumidores finais que se associam para usufruírem de condições especiais, possuem lojas amplas com nível de serviço baixo, seu principal representante no Brasil é o SAM’s Club;

  • Atacarejos: os atacarejos cresceram muito nos últimos anos no Brasil e estão próximos de representarem 50% das vendas de alimentos no país. Eles comercializam para pequenos comerciantes e consumidores finais, focando nas maiores compras de famílias, com preços diferenciados para pequenas e grandes quantidades. Exemplos: Assaí, Atacadão, Spani;

  • Hipermercados:  formato que ocupa enormes áreas (maiores que 7.000 m2) e comercializam produtos alimentícios e não alimentícios com baixa margem e alto giro. Buscam atender o conceito de compra em uma só parada com sortimento em todas as linhas;

  • Lojas off-price e outlet: são lojas de roupas, calçados e muitos outros artigos, que comercializam normalmente produtos de marca (grife) porém com preços inferiores por serem mercadorias de pontas de estoque, quebras de grade ou fora de coleção. As lojas de outlet se assemelham com as de off-price, porém a outlet é de propriedade do varejista;

  • Varejo de Serviços: são lojas que a atividade predominante está na prestação de serviços e não necessariamente comercializam produtos tangíveis, como: lavanderias, academias de ginástica, escolas de idiomas, entre outras.

 

Tipos de varejo sem loja física

Principalmente com a chegada da venda pela internet, o varejo está se adaptando para proporcionar um atendimento adequado aos consumidores em diversos formatos, dando origem ao termo varejo multiformato.

É possível um varejo possuir um único formato, porém esse fato está cada vez mais raro. Normalmente as empresas de varejo surgem e vão ampliando os formatos a partir do entendimento do comportamento de compras dos seus consumidores.

Seguem alguns tipos de varejos sem loja física com breves comentários:

  • E-commerce: é uma loja online de propriedade de uma empresa, que comercializa os seus produtos ou serviços em um “site”, aplicativo ou plataforma. Neste formato o varejista controla o próprio estoque e vende apenas produtos que fazem parte do seu catálogo. É muito comum ter terceirização de algum serviço, mas não existe um intermediador envolvido no processo de venda e o varejista é o responsável pelo relacionamento com o consumidor desde a compra até a entrega;

  • Marketplace: é uma plataforma colaborativa, onde um conjunto de empresas ofertam produtos e serviços no mesmo “site”. O processo de vendas, geralmente, fica sob responsabilidade da plataforma, que disponibiliza aos varejistas uma estrutura digital com serviços de entrega integrados. Esse formato possui similaridade a uma shopping center virtual e se tornou uma excelente alternativa para empresas sem experiência no e-commerce que não querem se aventurar com grandes investimentos em infraestrutura de site. Exemplos: Mercado Livre, Magazine Luiza, Amazon, Via Varejo, B2W, Alibaba;

  • Compras coletivas: são plataformas de venda de cupons que podem ser utilizados como meio de pagamento em lojas físicas ou virtuais dos respectivos parceiros da plataforma, durante um período limitado e condições específicas. São ofertas de descontos significativos (50 a 90%) que normalmente são ativados após a confirmação de um “lote” mínimo atingido. Exemplos: Peixe urbano, Groupon e Clickon.

  • Catálogos e porta a porta: a venda por intermédio de catálogos e porta a porta oferecem a conveniência ao consumidor da compra em casa ou no trabalho, ainda tem boa penetração nas classes D e E e são consideradas como possibilidade de complemento de renda para vendedores. Exemplos: Natura, Avon, Herbalife, Hinode.

  • TV Shopping: os consumidores assistem a um programa que normalmente demonstra o uso de produtos, incentivando a compra pelo telefone ou pela internet. Exemplo: Polishop e Shoptime.

  • Televendas: esse formato ganhou popularidade no Brasil na década de 1980, sendo muito utilizado por operadora de cartões de crédito e telefonia. Hoje esse formato faz parte do telemarketing que engloba pré e pós-venda, passando por cobranças, suporte técnico e atendimento ao cliente. Atualmente existem muitas empresas prestadoras de serviços de “call centers”, especializadas nesses serviços.

  • Máquinas automáticas de vendas: tem o objetivo de comercializar produtos sem a intermediação de vendedores, são instaladas em locais de grande trânsito de pessoas como metrô, aeroportos e universidades.

  • Social Commerce: as vendas em redes sociais foram impulsionadas pela pandemia e muitas empresas, incluindo pequenos produtores, perceberam que Instagram, Facebook, Whatsapp, ganharam força no comércio. Prova disso é que 76% dos consumidores recorrem às redes sociais antes de comprar, principalmente para ler, colher as avaliações e comparar preços.

 

Considerações finais

Ao tratarmos dos tipos de varejo, fica mais fácil adentrarmos ao tema desta série de artigos, onde vamos tratar do Marketing de Varejo sob o ponto de vista do varejista. Vamos abordar sobre ações estruturadas com o objetivo de aumentar as vendas, fidelização, participação do mercado e a percepção positiva do seu negócio como um todo.

Querendo conhecer mais sobre ações que estimulem o desempenho do seu varejo entre em contato conosco. Somos uma empresa de consultoria empresarial que promove há anos resultados através de programas de gestão.

 

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Autor: Rodrigo de Paula | Sócio da VBMC Consultores

 

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